Segundo o estudo, os monômeros de epicatequina ajudam na produção de insulina, cuja ação é comprometida em decorrência da doença metabólica
postado em 29/08/2017 06:02
Um composto presente no cacau, base para um dos maiores inimigos da dieta, o chocolate, poderá ser usado para o tratamento justamente de quem deve evitar o açúcar: os diabéticos. O efeito inusitado foi detalhado por pesquisadores da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos, na última edição do Journal of Nutritional Biochemistry. Segundo os autores, os monômeros de epicatequina ajudam na produção de insulina, cuja ação é comprometida em decorrência da doença metabólica.
No
diabetes tipo 2, o corpo para de produzir insulina ou não processa
adequadamente o açúcar ingerido. O problema ocorre por um colapso das
células beta, responsáveis pela produção do hormônio. Segundo Jeffery
Tessem, um dos autores do estudo, as produtoras de insulina funcionam
melhor e ficam mais fortes quando se aumenta a quantidade de monômeros
de epicatequina no corpo. “Eles tornam mais fortes a mitocôndria nas
células beta, o que produz mais ATP (fonte de energia de uma célula),
resultando em maior liberação de insulina”, resume o também professor de
nutrição, dietética e ciência alimentar na universidade
norte-americana.
A equipe chegou à conclusão
após um experimento com ratos. Inicialmente, as cobaias seguiram uma
dieta rica em gordura e sofreram as consequências dela, como o aumento
do peso. Quando o composto do cacau foi adicionado à alimentação dos
animais, houve redução da obesidade e aumento da capacidade de lidar com
a elevação dos níveis de glicose no sangue. “Os monômeros de
epicatequina protegem as células, aumentando a capacidade delas de lidar
com o estresse oxidativo”, diz Tessem.
O
pesquisador ressalta, porém, que a descoberta não avaliza a ingestão de
barras de chocolate. “Você provavelmente terá que comê-las em grande
quantidade e não vai querer ingerir o tanto de açúcar inerente a esse
processo. É o composto no cacau que você está procurando”, explica.
A
intenção da equipe é fazer com que os monômeros de epicatequina sejam
ingeridos de forma mais saudável e viável. “Esses resultados nos
ajudarão a nos aproximar da ideia de usar esse composto de forma mais
eficaz, em alimentos ou suplementos para manter o controle normal de
glicose no sangue e até potencialmente o aparecimento do diabetes tipo
2”, cogita Andrew Neilson, coautor do estudo.
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