Foto: Ibama
Após denúncias, agentes ambientais iniciaram a operação para interromper a matança de aves em rota migratória no sertão de Sergipe. Cerca de 200 caçadores abatiam cardineiras (Zenaida auriculata) na região. A espécie, também conhecida como avoante ou arribaçã, se desloca em grupos enormes e tem hábito de fazer ninhos diretamente no solo da caatinga, em áreas chamadas de pombais, que chegam a ter 12 km² de extensão, com 3 a 4 ninhos por km². Este hábito torna a arribaçã uma presa fácil. Técnicos do Instituto estimam que cerca de 2 mil aves eram mortas por dia.
“A caça de avoantes durante esse período é duplamente cruel: milhares de aves adultas são mortas em plena fase reprodutiva, comprometendo a sobrevivência da espécie, e os filhotes abandonados acabam morrendo de fome”, disse o coordenador de Operações de Fiscalização do Ibama, Roberto Cabral.
A caça de animais silvestres nativos ou em rota migratória é considerada infração ambiental prevista no Decreto 6.514/08, que estabelece multa de R$ 500 a R$ 5 mil por espécime, além da apreensão dos petrechos. Os infratores poderão ser denunciados pelo Ministério Público e responsabilizados judicialmente pelo crime ambiental. A legislação prevê detenção por seis meses a um ano e a pena pode ser triplicada em caso de caça profissional.
“O Ibama dará continuidade às ações de educação ambiental e fiscalização para evitar o abate das aves na região", disse o chefe da Divisão Técnico-Ambiental (Ditec) da Superintendência do Ibama em Sergipe, Luciano Bazoni.
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